A criança que fui chora na estrada, deixei-a ali quando vim ver quem sou. Mas, hoje, vendo que o que sou é nada, quero ir buscar quem fui onde ficou.
A criança que fui chora na estrada, deixei-a ali quando vim ver quem sou. Mas, hoje, vendo que o que sou é nada, quero ir buscar quem fui onde ficou.
Acho que só devemos ler a espécie de livros que nos ferem e trespassam. Se o livro que estamos lendo não nos acorda com uma pancada na cabeça, por que o estamos lendo? Porque nos faz felizes, como você escreve? Bom Deus, seríamos felizes precisamente se não tivéssemos livros e a espécie de livros que nos torna felizes é a espécie de livros que escreveríamos se a isso fôssemos obrigados. Mas nós precisamos de livros que nos afetam como um desastre, que nos magoam profundamente, como a morte de alguém a quem amávamos mais do que a nós mesmos, como ser banido para uma floresta longe de todos. Um livro tem que ser como um machado para quebrar o mar de gelo que há dentro de nós. É nisso que eu creio.